24/11/2010
Este mês de novembro na Igreja, dedica-se aos “Bem-aventurados” que Jesus proclama no Evangelho (Lc 23,44-46.50.52-53; 24,1-6a), às orações pelos nossos irmãos em Cristo que já partiram para Deus, que já não mais se encontram convivendo conosco, mas noutra dimensão da mesma vida, que é a eternidade.
Num primeiro momento digamos assim “na eternidade”, pois só Deus mesmo, o nosso Criador que é todo misericordioso, é quem determinará o fim de todos os homens, determinará quem estará ao seu convívio após esta vida terrena. A salvação ou condenação só a Deus pertence. Para aqueles que faleceram e que ninguém sequer lembrou de orar por eles, temos a especial devoção a “Jesus Misericordioso”. Trata-se de uma devoção ao Sagrado Coração de Jesus, a Cristo Salvador, para que interceda a Deus por todos aqueles que ninguém se lembra de orar, nem sequer um Pai-nosso alguém tenha rezado por suas almas, pela salvação de tantas almas esquecidas.
Tratemos agora de uma celebridade que as várias Igrejas Cristãs e a sociedade em geral celebram no dia 20 de novembro, que é o líder guerreiro Zumbi dos Palares, que viveu no século 17 e foi martirizado em 20 de novembro de 1695. Dia 20 de novembro é portanto o “Dia Nacional da Consciência Negra”, uma data para o povo brasileiro lembrar que a luta por uma sociedade igualitária, democrática, unida e livre de preconceitos é necessária para o pleno desenvolvimento da nação.
20 de novembro, uma data que visa lembrar a resistência dos negros à escravidão e ao racismo. Foi neste dia que Zumbi, líder guerreiro do Quilombo dos Palmares foi capturado, morto e decapitado, tendo sua cabeça exposta em Recife, com a função de intimidar os escravos a seguirem “os seus passos”, os seus ideais de libertação. Zumbi tornou-se símbolo não só da resistência negra no Brasil, mas reconhecido em todo o mundo pela determinação para a liberdade humana. Seus atos inspiram centenas de movimentos sociais que travam batalhas contra o preconceito. O racismo ainda é nos dias de hoje a forma mais clara de discriminação no Brasil, apesar das pesquisas de opinião mostrarem que somente 4% dos entrevistados reconhecerem que são racistas. São dados que comprovam que o racismo no nosso país manifesta-se de forma camuflada e subliminar, pois dessa forma pouco se discute sobre o assunto. Segundo dados do IBGE mais de 80% dos desempregados no Brasil são negros. Diante desse quadro, é importante discutir em que posição nos encontramos, defendendo os direitos de irmãos nossos que são discriminados por racismo e outras formas de discriminação, ou contribuindo para engrossar esses tristes números estatísticos?
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